Os imóveis de São Paulo que ficam próximos das ciclovias estão mais valorizados do que os que estão distantes dos espaços exclusivos para bicicletas. Essa é a conclusão de um pesquisa feita pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP).
Segundo o estudo, a questão não envolve só o trânsito, mas qualidade de vida, ecologia e economia. Com o auxílio da base de dados do ZAP, o pesquisador Fábio Tieppo mapeou os imóveis à venda ou para aluguel na Capital Paulista, dividindo o município em 350 zonas, das quais extraiu informações para as conclusões. Conforme aumentava a distância entre imóvel e ciclovia, a valorização caía rapidamente.
+ Gostou das dicas? Aproveite e deixe seu comentário!
+ Faça seu cadastro no ZAP Pro e receba as novidades!
“Os investimentos em ciclovias vêm aumentando com o passar dos anos, tanto por questões urbanísticas quanto ambientais, pois o uso das bicicletas no transporte diminui a quantidade de carros nas ruas e, consequentemente, a emissão de gases poluentes” diz o pesquisador.

Pesquisas realizadas em São Paulo no ano de 2007 pela OD (Origem/Destino) mostram que apenas 0,8% de todas as viagens em São Paulo eram feitas em bicicleta. Em 2014, juntamente ao aumento da malha cicloviária, o número de ciclistas cresceu 50%. A alta teria causado impactos no mercado imobiliário.
O pesquisador também apurou problemas trazidos pelo aumento do transporte de bicicletas no meio urbano, como estreitamento de vias, o que pode criar ou aumentar congestionamentos de carros, e a redução de vagas, que pode reduzir o comércio em ruas que receberem ciclovias.
Não concordam
Alguns corretores de São Paulo ouvidos pelo ZAP Pro não perceberam influência das ciclovias na valorização de imóveis e disseram que as vias para bicicletas não costumam ser decisivas para a compra, mas sim o transporte coletivo, principalmente a proximidade com estações do metrô.
“Nunca me perguntaram sobre ciclovia na hora de ver um imóvel e jamais soube de diferença no preço por causa disso. Outras duas corretoras que trabalham comigo também não. Valorização só se for perto do metrô”, diz a corretora Aparecida Souza, de 55 anos, que trabalha na Imobiliária Borges.
O mesmo diz Odilmar Gonzaga, de 59 anos, corretor da Tutóia Imóveis. “Não tive essa percepção, é um meio de transporte que não chama tanto a atenção do comprador. Tem público que quer evitar carro, mas prefere perto de metrô, não de ciclovia. E na área comercial, a ciclovia até atrapalhou, desvalorizou as locações”.
Para o corretor da Agora Imóveis, Tony Pereira, de 50 anos, os clientes querem saber sobre as facilidades do bairro. “Eu até já atendi um casal que se atentava à ciclovia porque usava esse modo de transporte para ir ao trabalho, mas não que isso tenha influenciado no preço do imóvel” .
+ Conheça o “retrofit” e saiba suas vantagens
+ Saiba quais são as expectativas para o mercado imobiliário em 2017
+ Veja dicas para vender um imóvel para aposentado
+ Veja como tirar boas fotografias em ambientes com pouca luz